02 de maio de 2024 - 10:56

Cidades

19/04/2024 11:49

Dia dos Povos Indígenas: respeito e reconhecimento às comunidades tradicionais

Caixa tem iniciativas que levam inclusão e desenvolvimento às comunidades indígenas da região Norte do País

“Ser indígena não tem explicação. É amor, é levar cultura… Nossa tradição é uma cultura viva.” O relato, dito em uma voz embargada pelas lágrimas que escorrem pelo rosto que carrega um semblante emocionado, é da indígena Paula Nascimento. Suas palavras ecoam como um canto, tecendo um elo entre o passado, presente e futuro da cultura indígena. “Não é só colocar um cocar, um acessório. É o que a gente sente. Antes do Brasil da Coroa, vinha o Brasil do Cocar.”

Moradora da comunidade Novo Paraíso, no estado de Roraima, Paula é peça fundamental no apoio aos indígenas de sua região para acesso à Missão Caixa, que leva inclusão e desenvolvimento às comunidades indígenas da região Norte do País. Por meio de uma agência móvel, sobre as rodas de um caminhão, em 2023 a Missão Caixa percorreu 10 dos 15 municípios de Roraima. “Para as comunidades indígenas foi muito bom, porque a gente tinha que se deslocar para os municípios de Boa Vista ou Bonfim para tirar dúvidas ou realizar qualquer serviço bancário, e a Caixa trouxe os serviços pra cá”, detalha Paula.

Segundo a indígena, essa logística levava um dia inteiro, e com o Caminhão Caixa, o atendimento não chega a 30 minutos. “Como diz o ditado, a montanha veio até nós, e a Caixa é a nossa montanha. E ainda tem a questão do atendimento, que é diferenciado e humanizado. Os atendentes foram muito atenciosos, se apresentaram, nos deram boas-vindas. A gente foi muito bem recepcionado”, lembra Paula, que faz o acompanhamento e presta suporte a outros indígenas de sua comunidade que utilizam os serviços da Caixa.

Mãe dedicada e artesã habilidosa, Paula também se dedica às atividades do grupo de dança parixara, uma das mais tradicionais manifestações artísticas dos povos indígenas, que reúne elementos musicais e corporais como forma de culto à colheita e caça. “Com a dança, a gente fala de sentimentos, do movimento, da comida, das bebidas, do que é ser indígena, de tudo que a gente passa”, diz. “A dança não é só estar ali, é uma emoção. É para nos mostrar, em cada pintura, em cada traço, em cada traje, em cada acessório. Nossa dança é uma forma de levar a nossa cultura.”

Paula lembra o marco de 19 de abril como Dia dos Povos Indígenas, data em que se reconhece e homenageia a riqueza cultural, histórica e social dessas comunidades, que há séculos habitam o território brasileiro. Para ela, no entanto, a relevância da data transcende o mês de abril. “É uma celebração que ecoa diariamente, quando vestimos nosso cocar, quando dançamos, quando vivemos em comunidade. É uma essência que nos acompanha todos os dias”, resume.

O indígena Helinelson Cadete concorda. Ele destaca a importância da preservação cultural e da valorização da identidade indígena. “Hoje, eu ser indígena e ser do povo Wapichana é muito importante. E não só aqui no meu estado de Roraima, mas a nível de Brasil. Aqui a gente vivencia a nossa cultura, nossas comidas típicas, nossas tradições. Isso é muito importante porque, muitas vezes, lá no passado, nós éramos um povo esquecido”, diz ele, que é agente de saúde na comunidade Canauanim, na região da Serra da Lua, no município de Cantá (RR).

Helinelson também fala da relevância de seu povo no cuidado com a natureza, que, para eles, é parte fundamental de quem são e do que precisam para viver – não é só um lugar bonito, mas uma entidade importante, com a qual eles se importam e cuidam. “Quando falamos em preservar a natureza, estamos falando em garantir ar limpo para respirar, manter os rios e lagos saudáveis, ficar perto dos animais e, principalmente, cuidar das florestas”, afirma. O indígena ressalta, ainda, que isso não é importante somente para o agora, mas para o futuro. “É uma forma de cuidar não só de nós mesmos, mas também das próximas gerações, garantindo que elas tenham um mundo bonito para viver.”

O agente de saúde também foi um dos beneficiados com a presença da Caixa na região. Emocionado, ele reconhece a importância da ação. “Através da Caixa, hoje o Minha Casa, Minha Vida está dentro da minha comunidade. São 56 famílias beneficiadas, e uma delas é a minha. Graças ao programa, eu adquiri minha casa própria”, comemora.

Dia dos Povos Indígenas: valorização e respeito à diversidade

O dia 19 de abril é reconhecido como o Dia dos Povos Indígenas. Em Roraima, a celebração ganha ainda mais significado, pois o estado abriga o município com maior percentual de indígenas do Brasil. Em Uiramutã (RR), 96% dos 13 mil habitantes se declaram indígenas. E é claro que a Missão Caixa teria seu olhar atento sobre a localidade. No ano passado, a CAIXA levou o serviço de entrega de cartões e orientações de uso para os moradores e beneficiários do Programa Bolsa Família das comunidades do município, em mais de dois mil atendimentos realizados.

A partir da emergência sanitária do povo Yanomami, a Caixa e Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, assinaram um protocolo de intenções que deu origem ao Missão Caixa, que se propõe a levar atendimento qualificado aos povos indígenas no norte do país.

Por meio do Caminhão Caixa, empregados do banco dedicaram-se a fornecer orientações e prestar serviços para indígenas e imigrantes mais necessitados, moradores das comunidades e beneficiários do Programa Bolsa Família. Carlos Henrique Magalhães, de 57 anos, foi um deles. Original da reserva Raposa-Serra do Sol, no Nordeste de Roraima, o indígena e empregado Caixa participou da organização da Missão Caixa em Roraima. Ele explica que a necessidade do projeto partiu da emergência sanitária que acometeu a Terra Indígena Yanomami.

“A crise Yanomami desencadeou diversas ações do Governo Federal e a Caixa, como um importante instrumento para operacionalizar ações de responsabilidade social, planejou e criou a Missão Caixa”, explica. “Com diversos instrumentos, incluindo uma agência-caminhão e empregados voluntários, fomos ao encontro desses povos para entregar facilidade no acesso bancário, que, no final das contas, é cidadania.”

Carlos Henrique possui uma trajetória profissional que se estende por duas décadas dentro da Caixa. Ingressou no banco por meio do concurso público de 2000, iniciando a carreira no ano seguinte. Atualmente, trabalha na Superintendência Executiva de Varejo, localizada na sede do banco em Boa Vista, capital de Roraima.

Segundo ele, o progresso profissional aconteceu a partir da interação entre diferentes culturas, com ênfase sempre na importância da preservação dos costumes indígenas. “Ao longo da história, nós, povos indígenas, ajudamos na construção de muitas coisas. O progresso aconteceu de lá para cá, não é o contrário. A manutenção dos costumes ainda dará muita contribuição futura para o País”, garante.

A história de Carlos Henrique é marcada por uma profunda paixão pelo seu estado e seu trabalho, compartilhando uma filosofia de vida que ressoa não apenas em sua jornada profissional, mas também em suas reflexões pessoais. “Se eu não conheço o meu passado, eu tenho dificuldade de me fixar no meu presente e tenho dúvidas com relação à construção do meu futuro. E quem não conhece sua própria história, não tem história”, filosofa.

Missão Caixa

Em um compromisso dedicado a levar inclusão e desenvolvimento às comunidades indígenas de Roraima, a Missão Caixa teve início em fevereiro de 2023 e segue percorrendo Amazonas e Roraima. Na ação, o banco oferece atendimento por meio do Caminhão CAIXA, que realiza as mesmas funções de uma agência bancária, fornecendo orientações essenciais sobre o uso dos cartões para os moradores e beneficiários indígenas e imigrantes mais necessitados.

Além das ações itinerantes, os empregados da Caixa, em colaboração com as prefeituras locais, oferecem atendimento em diversos locais, como Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e escolas em vilarejos e distritos. Para o empregado Carlos Henrique, que participou da ação, o banco representa mais do que uma simples entidade financeira. “É um símbolo de oportunidade e igualdade, onde todos, independentemente de sua origem étnica ou racial, podem alcançar seus sonhos e objetivos. É uma empresa em que qualquer empregado pode ser o que quiser”, conclui.


Plantão

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