Segundo o especialista, um dos maiores equívocos é a seletividade alimentar baseada em mitos. “Muitos pacientes evitam certos alimentos acreditando que vão ‘alimentar o câncer’. Esse tipo de seletividade, em vez de ajudar, pode ser prejudicial e comprometer o sucesso do tratamento”, afirma.
Para o corpo humano, os músculos não são apenas fontes de força e mobilidade; eles são reservas essenciais de energia, especialmente durante situações de estresse, como tratamentos oncológicos. Quando o corpo precisa de energia, ele queima gordura e músculos, e essa perda muscular pode ser prejudicial ao paciente, uma vez que preservar essas estruturas é vital para suportar a quimioterapia, as cirurgias e os efeitos colaterais.
“Pacientes com perda importante da sua massa muscular têm dificuldade em se recuperar, o que, muitas vezes, pode comprometer a eficácia do tratamento. Isso demonstra a importância de uma alimentação rica e balanceada, que ajude a preservar essa massa”, explica Gomes.
Desafios nutricionais – O metabolismo de um paciente com câncer frequentemente acelera, demandando mais energia do que o habitual. Contudo, o processo é dificultado pela inflamação causada pelos tumores, que reduz o apetite e torna a alimentação ainda mais desafiadora. É comum que os efeitos colaterais da quimioterapia, como mucosite, náusea e alterações no paladar, dificultem o consumo adequado de nutrientes.
Essa combinação de fatores cria um ciclo vicioso: o paciente precisa de mais calorias e nutrientes, mas enfrenta barreiras fisiológicas e emocionais para alcançar essas metas.
Personalização é chave – O médico enfatiza que não existe uma dieta universal para pacientes com câncer. O segredo está na personalização. “O plano alimentar deve levar em conta as preferências e limitações do paciente. A gente não pode impor algo inalcançável. O objetivo é construir uma estratégia conjunta que seja viável e atenda às necessidades nutricionais.”