Governo russo afirmou que 11 pessoas foram detidas, incluindo quatro supostos atiradores. Presidente russo disse que eles pretendiam chegar à Ucrânia de carro.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento ao país neste sábado (23) sobre o atentado terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico que deixou mais de cem mortos em uma casa de shows em Moscou na sexta-feira (22).
No pronunciamento, o primeiro de Putin depois do ataque, o líder russo afirmou que todos os terroristas que participaram do ataque foram detidos. Putin disse que o grupo tentava fugir para a Ucrânia quando foi capturado.
Sem fazer referência a qualquer grupo ou governo, ele disse ainda que "nossos inimigos não irão nos dividir". O presidente russo chamou o atentado de "ato terrorista selvagem" e também afirmou que a segurança foi reforçada em todo o país, tanto nas principais cidades quanto nas áreas de fronteira.
Também neste sábado, a Rússia disse ter prendido 11 pessoas, incluindo quatro supostos atiradores, suspeitos de envolvimento no ataque que deixou 115 mortos na região de Moscou.
Em resposta à menção à Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky disse neste sábado (23) que Putin busca maneiras de desviar a culpa pelo massacre em Moscou.
Ele disse que era "absolutamente previsível" que Putin tivesse permanecido em silêncio por 24 horas antes de vincular o tiroteio à Ucrânia e que as centenas de milhares de "terroristas" que Putin enviou para lutar e serem mortos na guerra na Ucrânia "definitivamente seriam suficientes" para deter os terroristas em casa.
Já o líder norte-coreano, Kim Jong-un, enviou uma mensagem de solidariedade a Putin pelo "ataque terrorista de grande escala", e disse que nada pode justificar o "terrorismo hediondo" contra vidas humanas. A informação é da agência de notícias KCNA.
O atentado, reivindicado por um braço do grupo terrorista Estado Islâmico, aconteceu na casa de shows Crocus City Hall, na noite de sexta-feira (22), e é o pior dos últimos 20 anos na Rússia. Segundo autoridades russas, ao menos cinco homens armados invadiram o local enquanto a banda Picnic se preparava para se apresentar.
De acordo com o Kremlin, o chefe do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em inglês) informou ao presidente Vladimir Putin que quatro terroristas foram detidos -- os outros sete haviam participado no planejamento do ataque.
O FSB informou que os suspeitos estavam indo em direção à fronteira com a Ucrânia e que tinham contatos no país vizinho.
Na manhã deste sábado, os agentes ainda estavam buscando por cúmplices, ainda de acordo com o Kremlin, que prometeu caçar todos os envolvidos no atentado.
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Perseguição
O parlamentar russo Alexander Khinshtein, aliado de Putin, afirmou que os responsáveis pelo ataque foram detidos após uma perseguição na região de Bryansk, a cerca de 350 km de onde o atentado aconteceu.
Khinshtein disse que a perseguição começou após o motorista de um carro se recusar a obedecer a uma ordem de parada.
"Durante a perseguição, foram disparados tiros, e o carro capotou. Um terrorista foi detido no local, os demais fugiram para a floresta. Como resultado da busca, um segundo suspeito foi encontrado e detido", disse.
Segundo Khinshtein, buscas continuaram sendo feitas para localizar outros dois suspeitos que escaparam. Dentro do veículo onde estavam os suspeitos, as autoridades disseram ter encontrado armas e passaportes do Tadjiquistão.
Esse foi o pior atentado na Rússia desde a invasão de uma escola em 2004 em Beslan. O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque em seu canal no Telegram.