O ministro isentou o governo da responsabilidade e criticou a FPA por não priorizar a votação do orçamento de 2025, essencial para o Plano Safra
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), isentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de qualquer responsabilidade pela suspensão do crédito rural no âmbito do Plano Safra 2024/2025. Fávaro apontou que a culpa pela paralisação é dos deputados federais, que não votaram o orçamento de 2025 dentro do prazo estipulado, que seria até dezembro do ano passado.
Em um recado direto à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o ministro sugeriu que os parlamentares se concentrassem mais em questões de interesse do setor produtivo, em vez de se envolverem com vídeos nas redes sociais.
“O Brasil vive tempos de intolerância. Estão atribuindo ao governo uma responsabilidade que não é dele. O orçamento brasileiro, que deveria ser votado pelo Congresso até o final de dezembro de 2024, não foi aprovado”, afirmou Fávaro à imprensa nesta sexta-feira (21).
Ele esclareceu que o governo federal consultou o Tribunal de Contas da União (TCU) para verificar a possibilidade de antecipar a liberação de recursos do programa até junho deste ano. Caso o processo seja confirmado como legal, sem qualquer irregularidade como as “pedaladas fiscais” que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o crédito será liberado para os produtores.
“O Plano Safra, como qualquer política pública, depende de orçamento. Nós conseguimos administrar esses dois meses, mas sabíamos que isso não poderia durar. Não haverá nenhum tipo de pedalada, e por isso a interrupção foi necessária”, explicou o ministro.
“Se o Congresso tivesse cumprido com a votação do orçamento, essa paralisação não teria ocorrido. A Frente Parlamentar da Agropecuária, que tem a missão de defender os produtores, deveria estar mais preocupada em garantir a votação do orçamento do que em fazer vídeos”, concluiu Fávaro.